Em meio às agruras de uma pandemia, poemas de amor, por favor!

Em meio às agruras de uma pandemia, poemas de amor, por favor!

Pandemia no mundo, muita gente em estado crítico nos hospitais, inúmeros perdendo a vida. 

A agonia, a angústia e o medo tomam conta do planeta, especialmente do Brasil, considerado – atualmente – por muitos outros países, como uma espécie de pária no que tange ao mal em questão. 

Em meio a esse tumulto, à aflição generalizada e à incerteza que nos impede de planejar a vida, que tal uns poemas de amor para aliviar a alma?

Sim, precisamos de um refresco para nossa essência, de um alívio para os dias difíceis.

Hoje, nós, do Portal, passamos por aqui para te ajudar a aliviar o espírito, para, quem sabe, conseguirmos tirar um sorriso esperançoso dessa expressão de desassossego que vem te 

acompanhando desde que a pandemia começou e virou o mundo de cabeça para baixo.

Vamos lá?


O primeiro é o “Soneto do Amor Total”, de Vinícius de Moraes:

Amo-te tanto, meu amor… não cante

O humano coração com mais verdade…

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade


Amo-te afim, de um calmo amor prestante,

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente,

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim muito e amiúde,

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.


Seguimos com “Tenta-me de Novo”, de Hilda Hilst:


E por que haverias de querer minha alma

Na tua cama?

Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas

Obscenas, porque era assim que gostávamos.

Mas não menti gozo prazer lascívia


Nem omiti que a alma está além, buscando

Aquele Outro. E te repito: por que haverias

De querer minha alma na tua cama?

Jubila-te da memória de coitos e acertos.

Ou tenta-me de novo. Obriga-me.


E finalizamos com o bem-humorado “Teresa”, de Manuel Bandeira, que nos refere – claramente – que, o amor, quando quer acontecer, não tem jeito...


A primeira vez que vi Teresa

Achei que ela tinha pernas estúpidas

Achei também que a cara parecia uma perna


Quando vi Teresa de novo

Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo

(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)


Da terceira vez não vi mais nada

Os céus se misturaram com a terra

E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.


E então? Deu para refrescar a alma aí?

[Fonte: www.culturagenial.com]