No início do século XX, um homem se dedicou a reunir as cores mais raras do mundo

No início do século XX, um homem se dedicou a reunir as cores mais raras do mundo

Você já ouviu falar em Edward Waldo Forbes? Não? Pois a gente vai te contar de quem se trata. Lááá no início do século XX, ele era um historiador de Arte e diretor do Fogg Art Museum.

Amante das descobertas que pudessem compor o acervo que dirigia, Forbes se lançou na aventura de iniciar uma busca global por...cores.

Cores?

Sim! Com mais de 3.000 amostras de materiais (como plantas, insetos e outras fontes), Edward criou uma coleção admirável de pigmentos, que, rapidamente, foi associada à ideia de uma biblioteca de cores e hoje é intitulada “The Forbes Pigment Collection”.

No início, o objetivo do pesquisador era reunir tonalidades dos mais raros e diversos pigmentos para autenticar algumas pinturas italianas clássicas. Para conseguir fazer isso, ele viajou para todos os cantos do planeta por 30 anos. O rastreio em questão foi tão vultoso que Forbes entrou para a História como sendo o maior colecionador de cores raras do planeta.

Dentre as inúmeras tonalidades catalogadas, muitas têm histórias pra lá de curiosas. É o caso, por exemplo, do amarelo feito de urina de vaca, também chamada de Indian Yellow (amarelo indiano). A história dessa cor mistura-se com o cotidiano da aldeia de Mirzapur, em Bihar, na Índia. Conta-se que as vacas do lugar eram alimentadas com folhas de manga, o que fazia com que a urina desses animais ficasse com um tom amarelo e brilhante. Perfeito para se transformar em corante.

Outra nuance curiosa, integrante do acervo, é o corante roxo que era feito com uma substância secretada por moluscos e encontrada na costa mediterrânea e na costa atlântica europeia.

Para tentar imaginar o quão caro era este segundo exemplo de corante, basta te contarmos que, para produzir 1,4 gramas dele era necessário colher 12.000 moluscos, visto que cada um deles contribuía com apenas uma gota para produzir a tintura.

Hoje em dia, claro, a coletânea inclui – também – pigmentos modernos (que têm por função ajudar nas análises de obras de arte contemporânea), mas, é claro, as grandes estrelas da compilação são os pigmentos de origem pitoresca selecionados pelo pesquisador e que congregam as histórias das artes e das cores.


[Fonte: designculture.com.br]