- Em 04/11/2019
- Por: Portal Bolsas de Estudo
Já não é de hoje que o Ensino à Distância (EAD) vem se revelando como mola propulsora de expansão no que tange ao Ensino Superior no país, mas, de acordo com um estudo divulgado, em agosto último, pelo Movimento Todos pela Educação, uma área em específico tem ganhado destaque na referida modalidade de ensino: justamente a da Educação.
Segundo os dados da referida pesquisa, em 2017, uma parcela substancial de novos universitários inscritos nos cursos de formação de professores (quase dois terços) optou pela modalidade EAD.
Os números parecem bem exitosos, especialmente se considerarmos que o ensino à distância tem o poder de levar o conhecimento aos rincões mais distantes do país. E ainda viabiliza a formação de novos professores, esses incríveis agentes de educação e cultura que atuam na sociedade imbuídos da missão de alargar horizontes por onde quer que passem, promovendo – sempre – os mais variados tipos de evolução àqueles que supervisionam.
Os números atribuídos ao EAD na área da Educação são, de fato, de encher os olhos, mas, os que vivem este mundo de perto têm proposto um debate honesto sobre esta ferramenta de formação quando o assunto é preparar os professores do futuro.
"A profissão de professor é essencialmente uma prática, a função dele é garantir a aprendizagem dos alunos. Para isso, ele precisa saber, profundamente, de que forma os alunos aprendem. Para ser professor não basta saber o conteúdo, é preciso ensinar o conteúdo", diz Ivan Gontijo, Coordenador de Projetos do Todos pela Educação.
“A Medicina é uma prática, a Enfermagem é uma prática, para ser piloto de avião é prática, engenheiro também. Por que a gente aceita no Brasil que esses profissionais não sejam formados em EAD e o professor nós aceitamos?", questiona Gontijo.
“A formação de professor tem que ser toda voltada para a prática. Não adianta ler um texto sobre o que fazer quando os alunos da sala estão agitados. Ele não vai aprender lendo o texto, vai aprender com a prática", concluiu o coordenador.
Gontijo ainda alertou que, no EAD, a qualidade da prática pode ficar bastante comprometida por conta da falta de acompanhamento de um professor tutor (ou de debates presenciais que promovam troca de informações com os professores e com os colegas de sala), além de existir os riscos maiores de o estágio – que, mais do que obrigatório, é essencial – ser registrado apenas de maneira “pró-forma” e as horas mínimas simplesmente não serem cumpridas.
Como já deu para perceber, controvérsia no ar!
E você, o que acha do assunto?
[Fonte: G1 // Educação]