- Em 19/02/2019
- Por: Portal Bolsas de Estudo
O câncer ainda é uma doença com poder devastador que mata milhões mundo afora, às vezes, de forma muito rápida. Uma das características que fazem com que a doença assuma contornos letais é que ela tem capacidade de se espalhar pelo corpo, afetando não apenas o órgão onde surge, mas o organismo todo. É a metástase.
A Medicina vem, ao longo do tempo, estudando, pesquisando, a fim de encontrar uma forma de conter justamente este espalhar da doença.
Para alívio dos pacientes, ao que parece, surgiu uma esperança.
É que um novo tratamento – feito com células do câncer de mama (e até agora só testado em camundongos) – mostrou ótimos resultados para evitar a dispersão das células cancerosas no corpo humano.
A novidade é resultado de uma pesquisa realizada por cientistas do Departamento de Biomedicina da Universidade de Basileia, na Suíça, publicada na revista Cancer Cell.
Vamos tentar te explicar mais ou menos o que ocorreu durante o experimento.
Primeiro precisamos te contar que, em geral, as células cancerígenas podem mudar suas propriedades moleculares e, assim, adotar as características de outros tipos de células, separando-se do grupo original.
Livres, elas podem se deslocar para outras partes do corpo por meio da corrente sanguínea.
O processo – conhecido como transição epitélio-mesenquimal – é chave no desenvolvimento embrionário. Quando falamos de células cancerígenas, trata-se, bem sabemos, de arma poderosíssima para espalhar a doença.
Pois bem, os pesquisadores suíços conseguiram usar este processo para agir contra a própria célula tumoral, impedindo-a de entrar na corrente sanguínea.
Não é incrível?
Os estudiosos ofereceram duas drogas combinadas aos roedores usados na pesquisa. Uma para diabetes tipo 2 (rosiglitazona) e um inibidor do crescimento e da disseminação de células cancerígenas (trametinibe).
Resultado?
As células cancerígenas foram convertidas em gordura em vez de continuar a divisão celular que antecede a metástase.
Os envolvidos com a pesquisa disseram que torcem para que – em futuro breve – a descoberta deles possa se tornar terapia utilizada em conjunto com tratamentos quimioterápicos (e, assim, consiga impedir o crescimento do tumor e sua consequente disseminação para outros órgãos ou tecidos).
Nós também torcemos muito por isso!
[Fonte: G1 // Ciência e Saúde]