Identificar o ritmo do relógio corporal pessoal é fundamental para ser mais produtivo

Identificar o ritmo do relógio corporal pessoal é fundamental para ser mais produtivo

Ritmo circadiano. De acordo com definição, o período de – aproximadamente – 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos (influenciado especialmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite). É regulado pelo “relógio corporal” de cada um de nós e está presente em quase todas as células do organismo humano, controlando – por exemplo – quando nos sentimos acordados ou cansados em um período de 24 horas.

Você sempre soube que dependendo do período do dia podia render mais (ou menos), certo? E já identificou – há tempos – em qual trecho das 24 horas você consegue
desempenhar suas tarefas com maior vigor, confere?

Pois bem, deixa a gente adivinhar... Se, por acaso, o seu período de boa atividade é o noturno e de manhã você simplesmente “não funciona”, podemos apostar que sofre
preconceito por parte de todos à sua volta. “Preguiça” deve ser uma das qualidades nada agradáveis associadas à sua pessoa...

Pode ficar tranquilo (a), é o seu ritmo circadiano.

E um estudo – da Universidade de Birmingham (Inglaterra), liderado pela pesquisadora em psicologia ocupacional Elise Facer-Childs – acaba de confirmar isso.

Mas antes de falar dele, temos que te contar que a genética pode, sim, determinar o tipo de relógio do seu corpo, porééémm, também é muito influenciada por seus
cronograma e estilo de vida. Isso significa que hábitos podem mudar ao longo da vida. Se, por exemplo, nos dez primeiros anos de vida acordamos cedinho, durante a
adolescência e início dos 20 anos vamos dormir tardíssimo. E quando chegarmos à faixa dos 60, provavelmente, voltaremos aos padrões de sono que tínhamos aos 10.

Ainda assim, os fatores que determinam o cronotipo são únicos para cada indivíduo.

Bom, mas vamos ao estudo...

A pesquisa recrutou 56 indivíduos saudáveis e pediu que realizassem uma série de tarefas cognitivas (para medir o tempo de reação e capacidade de planejar e processar
informações) e uma tarefa física (para medir força).

Os testes foram realizados em três momentos diferentes – entre 8h e 20h – justamente para ver como o desempenho dos indivíduos podia variar ao longo do dia.

Os resultados demonstraram uma diferença importante entre os matutinos e os noturnos.
 
Os matutinos foram assim identificados porque tiveram melhor desempenho no início do dia (oito horas em tarefas cognitivas e duas horas em tarefas físicas), e foram 7% a
8% melhores que os noturnos nesses momentos. Já os noturnos enquadraram-se nesta classificação porque tiveram o melhor desempenho às 20 horas em tarefas cognitivas
e físicas. A força de aderência destes – em relação aos matutinos – foi substancialmente melhor (3,7%) durante a noite.

O registro mais importante do estudo foi o de que, não é balela, não é preguiça, não é falta de responsabilidade / organização com os horários (ou tarefas diárias). O relógio
corporal realmente afeta nosso desempenho em tarefas mentais e físicas.

Ah, alguém ao seu redor continua dizendo que isso pouco importa e que é, vamos dizer assim, “falta de vergonha na cara” mesmo?

Muito bem, então ofereça a esta pessoa o exemplo de um atleta de elite.

Visto que o sucesso atlético depende dos menores tempos, entender qual o momento certo do dia para que esta pessoa possa treinar e render seu máximo no dia da prova
pode significar a diferença entre ganhar uma medalha de ouro ou terminar em último lugar.

Vale o mesmo para cada um de nós.


[Fonte: Revista Galileu]