Cigarro: baixa escolaridade contribui para o vício em mais pobres
<p>Houve um tempo – especialmente no pós-guerra – que cigarro era símbolo de luxo, riqueza e sofisticação. Vendido como um produto glamuroso trazia em seu bojo apelo da emancipação, que atingia – em cheio – formadores de opinião em geral.</p>
Hoje já não é mais assim, especialmente porque os malefícios provocados pelo cigarro já são de amplo conhecimento no mundo.
Pois é, mas o tabagismo ainda resiste em uma parte específica da população brasileira. Dados de 2018 mostram que, por aqui, a parcela de fumantes aumenta quanto menor a renda e menos anos de estudo.
A publicação anual da qual estes dados fazem parte (o Vigitel - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) revelou que o
percentual dos que se declaram fumantes no Brasil cai à medida que os anos de estudo aumentam: tabagistas são 13% entre aqueles que estudaram durante 0 a 8 anos;
8,8% na faixa de 9 a 11 anos de estudo; e 6,2% para aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A tendência também é observada entre aqueles que fumam 20 ou mais cigarros por dia: 3,3% na faixa de 0 a 8 anos de estudo; 2,4% de 9 a 11 anos; e 1,7% de 12 ou mais anos.
Mas o “fenômeno” não é observado só no Brasil. De acordo com a OMS, pobreza e tabagismo formam um 'círculo vicioso' no mundo.
Um estudo já indicou que os homens mais pobres da Inglaterra e do País de Gales tinham duas vezes mais chances de morrer entre 35 e 69 anos do que os mais ricos - e a morte deles foi quase cinco vezes mais provável de ser causada pelo fumo.
Especialistas explicam que os fumantes da atualidade, em geral, são pessoas que têm menor acesso à informação, não têm acesso a dados sobre os malefícios do tabagismo e nem à escola (que, hoje, de alguma forma, aborda o tema). Essas pessoas também têm menos acesso a tratamentos para deixarem de fumar.
Algo para se pensar, não?
[Fonte: UOL Notícias]